sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fazer o bem sem olhar a quem

 19 de Agosto - Dia internacional da ação humanitária

O que é isso na prática? É a celebração mundial de pessoas ajudando pessoas. Todos os dias voluntários e trabalhadores humanitários ajudam milhares de pessoas pelo mundo. Esta data é o reconhecimento simbólico à contribuição daqueles que sacrificam suas vidas por ajuda e esperança.

Trata-se também de inspirar o outro a desenvolver o seu próprio trabalho de ajuda ao próximo. Descubra como você pode colaborar com as Nações Unidas e organizações de trabalhos humanitários espalhadas pelo mundo todo e... mãos a obra!





terça-feira, 19 de julho de 2011

Símbolos

A principal mensagem da cultura indiana é a aquisição de conhecimento e a remoção da ignorância. Enquanto a ignorância é como a escuridão, o conhecimento é como a luz.

A lamparina, chamada de deepak tem muita importância como símbolo pois, tradicionalmente feita de cerâmica, representa o corpo humano porque assim como o barro, também viemos da terra. O óleo é queimado nela como um símbolo do poder da vida. Uma simples lamparina quando imbuída desta simbologia chama-se deepak e nos dá a mensagem de que toda e qualquer pessoa no mundo deve remover a escuridão da ignorância fazendo o seu próprio trabalho.Nos templos, sempre se oferece uma chama, significando que tudo que fizermos é para agradar a Deus.

Foto: riscos.blogs.sapo.pt

Outro símbolo que causa curiosidade para os ocidentais é o Om, que representa o poder de Deus, pois é o som da criação, o princípio universal, entoado começando todos os mantras. Diz-se que os primeiros yoguis o ouviram em meditação, e esse som permeia o cosmos. É o número um do alfabeto, é o zero que dá valor aos números, é o som da meditação.



A flor de lótus, presente em muitas imagens, devido ao fato de crescer na água pantanosa e não ser afetada por ela representa que devemos ficar acima do mundo material apesar de viver nele. As centenas de pétalas do lótus representam a cultura da "unidade na diversidade".

Foto: http://piquiri.blogspot.com/

A swastica, que causa estranheza quando é vista, pois para o ocidente é relacionada com o nazismo, é na verdade um símbolo de auspiciosidade, bem estar e prosperidade.Acima de tudo é uma bênção.

As divindades, com seus muitos braços, cada um deles carregando objetos ou armas, símbolos em si, como o lotus, livro, indicam as direções, a maioria representa os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Qualquer poder do espírito supremo é chamado deus ou deusa, apesar de Deus ser Uno e Absoluto. Por isso são tantos, pois são muitas as manifestações de Deus.
Lakshmi (a deusa da prosperidade) 
Foto: http://piquiri.blogspot.com/
Fonte: http://www.indiaconsulate.org.br/

segunda-feira, 20 de junho de 2011

42º Festival Internacional de Cinema da Índia


Estão abertas, até 31 de agosto, as inscrições para o 42º Festival Internacional de Cinema da Índia, que será realizado em Goa, de 23 de novembro a 3 de dezembro. O festival tem como objetivo organizar uma plataforma comum para o cinema mundial de excelência, contribuindo para o entendimento das diferentes culturas cinematográficas no contexto de suas realidades culturais e sociais, além de promover amizade e cooperação entre os diversos povos.
Podem competir longas-metragens de todos os continentes, produzidos entre 1º de setembro de 2010 e 31 de agosto de 2011. O vencedor irá receber o prêmio Pavão de Ouro, que contempla o filme escolhido com a quantia de quarenta mil rúpias, o equivalente a cerca de mil dólares.
(Texto: Débora Palmeira, Assessoria de Comunicação SAv/MinC).



sexta-feira, 3 de junho de 2011

Introdução aos Mantras

A palavra mantra é composta pelas sílabas man (mente) e tra (entrega), em sânscrito, antigo idioma da Índia. Tem origem no Vedas, livro sagrado indiano compilado pela primeira vez em 3000 a.C.Essas escrituras compõem-se de 4 mil sutras, das quais foram extraídos milhares de mantras, os quais atribuíam características relacionadas aos deuses, como amor, compaixão e bondade.

Como o som é uma vibração, pronunciar ou ouvir os mantras cotidianamente é, para os hindus, a forma de ativar as qualidades divinas, abrindo a mente e o coração para o plano superior. O mantra faz a mente ser receptiva às vibrações sutis e aumenta sua percepção. A sua recitação, erradica as negatividades. Seu som exerce um poderoso efeito sobre o corpo e a mente, acalmando-os, tranquilizando a mente e os sentidos, relaxa o corpo transmitindo uma energia natural e curativa.

A recitação do mantra nos afasta da realidade da fala e do som do dia a dia, transformando o momento de recitação numa consciência iluminada. Um mantra é um instrumento de concentração e por isso, um recurso do poder mental,  o seu efeito depende da atitude mental.

 

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Frases poderosas

Os mantras nasceram na Índia e foram adotados por todas as religiões que de lá se espalharam pelo mundo. Há várias linhagens do budismo chinês, tibetano, japonês e coreano que usam essas frases rítmicas.

 

 

 

Om mani padme hum

Om mani padme hum é um dos mantras do budismo, é o mantra de seis sílabas do Bodisatva da compaixão: Avalokiteshvara. De origem Indiana, de lá foi para o Tibete. O mantra é associado ao deus de 4 braços Shadakshari, uma das formas de Avalokiteshvara.

- Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses, este sofrimento vem do orgulho.

- Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros, este sofrimento vem da inveja.

- Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano, este sofrimento vem do desejo.

- Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal, este sofrimento vem da ignorância.

- Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos, este sofrimento vem da ganância.

- Hum fehca a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno, este sofrimento vem da raiva ou do ódio.

Fonte: Wikipédia

 

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Paz e Equilíbrio

Para acalmar a mente em situações de muita raiva, um mantra curtinho, simples de pronunciar e muito eficaz; “Soham” (pronuncia-se Sorram). O mais fácil de todos e não menos poderoso é o mantra “Om”. Propicia proteção em vários aspectos, calma e purificação dos pensamentos.

Fonte: Tattwaratnananda Saraswaty - www.tattwayoga.com.br

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Momento de reflexão

Bombaim foi nosso último destino no país, terra das produções bollywoodianas e, como bons turistas de plantão, tivemos a oportunidade de conhecer esse universo. Há tempos penso em fazer o post sobre Bollywood, pelo menos acho que penso...

 Tá certo que essa vontade encontra-se somente no plano das ideias sem nenhuma perspectiva de ação. Sempre que acesso o Pé de Cachorro penso, precisamos mudar esse post e tal. Então percebi como o apoio do amigo Freud que essa enrolação toda é simplesmente uma tentativa de não encerrar essa parte tão especial de nossas vidas. As fotos ficarão para o próximo post, mas pelo menos o diagnóstico já foi feito.


Deuses hindus

A Índia é assim, ame ou odeie e no nosso caso, foi um caso de admiração, respeito e encanto profundo, país de intensa e diversificada cultura, extremos religiosos, pobreza chocante, condições subumanas. Falta estrutura, dinheiro, saúde, mas não falta um sorriso no rosto de um indiano. É claro que se você der corda, ele vai tentar se aproximar, trocar um aperto de mão, contar uma história, fazer um negócio ou até te pedir uns trocados.

De dentro da nossa zona de conforto ocidental, julgar é muito fácil. Porém, são pouquíssimas pessoas dentre os milhares de turistas que transitam pelo país que sabem e pensam com o coração na dura realidade do ‘planeta Índia’.

A Índia tem povoado os nossos sonhos desde a infância (pelo menos os meus) quando estudamos na aula de História, a descoberta acidental do nosso país, pois, na verdade, os portugueses estavam atrás de outra terrinha, dos caminhos para a Índia e não do continente tupiniquim.

Pintura feita na parede de uma guest house simples e aconchegante


Segundo a BBC, nos últimos dez anos, a população indiana aumentou em 181 milhões de pessoas – quase o mesmo que a população total do Brasil, de pouco mais de 190 milhões de habitantes, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Com uma população de 1,21 bilhão, a Índia tem mais habitantes que os Estados Unidos, Brasil, Paquistão e Bangladesh juntos. É mole?

Você sabe o que isso significa? Significa dizer que é um bilhão de vezes mais difícil solucionar a desigualdade social, os problemas sanitários, moradia, saúde, violência, educação, sem mencionar o extremismo religioso que passa por cima dos menos favorecidos. Apesar de toda privação, seu povo não deixa de sorrir para o mundo, um sorriso interno, sorriso da alma, um lado espiritualizado que não deixa de aflorar, apesar dos pesares.

É impossível escrever um post sobre a Índia em poucos parágrafos, Se você não concorda com este ponto, sugiro refletir a respeito; coração e mente abertos. Open your mind…

Jaipur - Rajastão


segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Índia silenciosa

Patriotismo não conhece língua. A Índia é uma nação de 1,2 bilhão de pessoas que falam mais de 20 idiomas. Se amarmos nossa língua, a ponto de discriminar as outras, essas línguas se tornarão as espadas que dividirão a terra. Vamos, juntos, iniciar um movimento para celebrar as diferenças. Vamos difundir a luz da unidade. Jai Hind!

Este vídeo foi realizado em comemoração aos 62 anos de República do país, com a participação de crianças cantando seu hino nacional. Ouvir no sentido pleno, com a alma e com o coração.

Jai Hind é uma saudação ou grito de guerra usado no país em discursos referentes ao patriotismo. Seria algo como salve a Índia ou vida longa a Índia. É isso aí, salve salve Índia!


quarta-feira, 23 de março de 2011

O cinema indiano

A indústria de cinema indiana é a maior do mundo em termos de venda de bilhetes e de número de filmes produzidos (somente em 2003 foram produzidos 877 longas metragens e 1177 curtas metragens). Os bilhetes de cinema na Índia estão entre os mais baratos do mundo. A indústria é sobretudo suportada por uma vasta audiência. A cada 3 meses, um público tão grande quanto a população da Índia visita as salas de cinema

De acordo com o censo de 1991, se fossem agrupadas as várias línguas do país, incluindo os dialetos, chegaríamos a 1576, ou 114 línguas principais. Os produtores indianos já fizeram filmes em 30 das línguas mais faladas. Contudo, apenas os maiores grupos linguísticos são apoiados por fortes indústrias cinematográficas, que são o hindi, tamil, telegu, bengali, marathi, kannada e o malayam.

Os filmes indianos geralmente incluem muitas cenas de música e dança. Essas músicas costumam expressar emoções e paixões, que variam entre o amor, tragédia, triunfo e celebração. Também costumam usar cantores de playback, ou sejam artistas que cantam as músicas, e os atores apenas sincronizam os seus movimentos labiais com a voz do cantor.

As melodias de um filme indiano determinam em boa parte o sucesso comercial do mesmo. Os filmes têm geralmente entre duas a três horas de duração, com intervalo. Sim, fecham-se as cortinas e a ‘turma’ deixa a sala do cinema, com bastante euforia, entre palmas e assovios. Os temas variam entre romance, comédia, ação e suspense. Dizem que o conteúdo de todos os filmes é revisto por um painel de censores do governo indiano, o Central Board of Film Certification.

A indústria cinematográfica hindi, baseada em Mumbai (anteriormente conhecida como Bombay, ou Bombaim), é o maior ramo do cinema indiano. O cinema hindi conhecido como Bollywood, vem da fusão de Hollywood com Bombay.

O nome Bollywood é por vezes aplicado ao cinema indiano como um todo, no entanto esta designação é incorreta, visto que se refere apenas ao cinema de língua hindi. Esta vertente do cinema indiano é considerada a mais liberal entre as várias indústrias cinematográficas do país, porém, segundo críticos, 'algumas' produções violam os valores culturais indianos, além de discutir temas controversos de maneira inadequada.

Embora distribua menos filmes do que algumas indústrias regionais de cinema, é a maior em termos de público. Acredita-se que os filmes de Bollywood sejam os mais vistos pela maioria dos frequentadores de cinema na Índia. A produção hindi também possui grande reconhecimento internacional, especialmente no Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Austrália onde existem grandes comunidades indianas.

Fonte: Wikipédia

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Crédito fotos:
Sentido horário: letreiro bollywood musicaindianabrasil.blogspot.com, poster Bollywood: allposters.com, poster casal escrito em hindi: 360digest.com e dançarinas http://www.thisislondon.co.uk

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mumbai à vista

Mumbai é a capital do estado de Maharashtra e a maior cidade da Índia, com uma população estimada em 14 milhões de habitantes. A sua região metropolitana é a terceira maior do mundo, somando algo em torno de 22 milhões de pessoas. A cidade possui um porto natural pelo qual passam metade do tráfego de passageiros da Índia e grande quantidade de carga.

A cidade é um caldeirão caótico e moderno, de milhões de pessoas de grupos lingüísticos e étnicos diferentes. Ancorada em dinheiro e glamour, é a maior evidência do crescimento anual do país. Novos comércios estão se multiplicando e a programação de rádio, televisão e a mídia impressa estão a todo vapor.

A capital financeira e do entretenimento da Índia abriga instituições importantes, como o Reserve Bank of India (o banco central indiano), a Bombay Stock Exchange (uma das bolsas de valores da cidade) e a National Stock Exchange of India (outra importante bolsa de valores), bem como a matriz de diversas empresas indianas.

A cidade atrai migrantes de todo o país, devido às grandes oportunidades comerciais e ao nível de vida relativamente alto. Encontra-se em Bombaim a chamada Bollywood, a indústria indiana de cinema e televisão. E por falar em Bollywood, nosso Pezinho de Cachorro passou por lá. Aguardem…

Fonte: Time Out Mumbai

sexta-feira, 11 de março de 2011

Nós viajamos. E você?

Deli foi o primeiro destino em terras indianas. Mencionamos alguns bons momentos mas faltou citar (entre várias coisas) o Kunzum Travel Cafe, um charmoso cafezinho ponto de encontro da turma mochileira que aterrisa na capital ainda sem muita idéia do que vem pela frente.

Um espaço onde os viajantes se encontram no mundo real e não em redes sociais para conhecer gente dos 4 cantos, fazer intercâmbio da estrada, pesquisar a próxima etapa da viagem, checar as finanças, ou simplesmente tomar um chá com internet de graça. A proposta foi iniciada pelo fotojornalista Ajay Jain, que teve sua inspiração vinda dos cafés para mochileiros que visitou durante suas viagens a lugares como Dharamsala e Ladakh.

Os visitantes também são encorajados a compartilhar suas histórias de viagens, histórias, experiências, imagens e vídeos no kunzum.com, uma página de recados disponível na web. Uma biblioteca bem abastecida é a base de referência para a próxima parte da viagem, incluindo guias, livros, revistas e relatos de viagem.

Empresas de viagens disponibilizam seus catálogos no local, além de livros e arte fotográfica publicados pelo próprio Kunzum. A melhor parte: você não é obrigado a comprar nada. Não há preço definido para o café, chá e biscoitos que compõem o pequeno menu. Em vez disso, os clientes simplesmente deixam uma contribuição na caixa de doação. Simples assim.

A idéia é permitir que as pessoas passem tempo no café sem a obrigação de gastar dinheiro. Não deixe de explorar a região de Hauz Khas Village, repleta de galerias de arte, lojas de antiguidade, restaurantes e lojas descoladas.

www.kunzum.com
T-49, GF, Hauz Khas Village, New Delhi 110 016, India
Horário de funcionamento: Terça a Domingo das 11h – 19.30h
Telefones: +91.11.2651 3949 +91.9650 702 777

delhi11

terça-feira, 8 de março de 2011

Salve, salve

Mulher,

Que traz beleza e luz aos dias mais difíceis
Que divide sua alma em duas
Para carregar tamanha sensibilidade e força
Que ganha o mundo com sua coragem
Que traz paixão no olhar
Mulher,
Que luta pelos seus ideais,
Que dá a vida pela sua família
Mulher
Que ama incondicionalmente
Que se arruma, se perfuma
Que vence o cansaço
Mulher,
Que chora e que ri
Mulher que sonha...
Tantas Mulheres, belezas únicas, vivas,
Cheias de mistérios e encanto!
Mulheres que deveriam ser lembradas,
amadas, admiradas todos os dias…

Viviana Oliveira

Feliz Dia Internacional da Mulher

Mulheres

sexta-feira, 4 de março de 2011

O cara

“ Humildemente me esforçarei em amar, em dizer a verdade, em ser honesto e puro, em não possuir nada que não me seja necessário, em ganhar meu salário com o trabalho, em estar atento sempre ao que como e bebo, em não ter nunca medo, em respeitar as crenças dos demais, em buscar sempre o melhor para todos, em ser um irmão para todos meus irmão.

Sejas a mudança que queiras ver no mundo pois a única revolução possível é dentro de nós.”

Mahatma Gandhi

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quinta-feira, 3 de março de 2011

Gente que faz

A pobreza é um dos maiores problemas enfrentados na Índia. Estima-se que 30-40% da população vive em situaçao de miséria. Geralmente um cidadão indiano trabalha desde a infância até seus últimos dias de vida.

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O trabalho informal é responsavél pelo sustento de grande parte da população. O crescimento populacional e o desemprego são grandes responsávéis pelo aumento desse tipo de trabalho. Embora o país ocupe apenas 2,4% da área total do mundo, suporta mais de 15% da população mundial.

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Segundo o documento da Organização das Nações Unidas "Perspectivas da População Mundial", lançado em fevereiro de 2005 em Nova York, estima-se que em 2025 haverá 1,395 bilhões de pessoas na Índia e 1,593 bilhões em 2050.

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A ausência de suporte social, faz com que as pessoas busquem alternativas para sobreviver. Apesar dessas perspectivas assustadoras, o povo indiano não perde a alegria de viver. Tira seu sustento com dignidade e muita criatividade.

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terça-feira, 1 de março de 2011

Ioga para todos

Começou hoje o Festival Internacional de Ioga de Rishikesh na Índia, parada obrigatória para os amantes da prática milenar. Com público de mais de 30 países, o evento cresceu e se tornou um dos maiores encontros mundiais do gênero.

Durante o intensivão de 7 dias, os participantes terão oportunidade de participar de mais de 60 horas de aulas com professores praticantes de várias modalidades, incluindo Kundalini Yoga, Power Vinyasa Yoga, Iyengar YogaKriya Yoga.

Além da parte prática, o período da noite está reservado para discussões com alguns dos principais líderes espirituais do país. Pararelamente ainda acontecem aulas de culinária vegetariana. Mais informações e programação detalhada do festival estão disponível no site www.internationalyogafestival.com.
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Crédito foto saudação ao sol – Leonardo Media http://goindia.about.com/od/indiabymonth/tp/india-in-march.htm
Praticantes reunidos: http://www.internationalyogafestival.com/?PK_CATEGORY_ID=282

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A corrida maluca

Imagine o veículo mais rápido, seguro e confortável do mundo. Então, imagine o contrário. Três rodas, metade da potência de um cavalo e muito mais divertido do que qualquer outro veículo no planeta terra… Agora pense nessa máquina da engenharia cortando o Himalaia, ou o deserto do Rajastão.

A Corrida de Riquexó é bastante simples. Sem nenhuma preparação e bagagem mínima, você vai voar para o subcontinente indiano e fazer o seu melhor para sobreviver, curtir e dirigir por milhares de quilômetros pelas piores e mais divertidas estradas do mundo pelo período de duas semanas sem nenhum apoio. Bom é isso. Aventureiros dos 4 cantos cruzam metrópoles, selvas tropicais, monções, desertos, vales e um litoral histórico de águas tranquilas, percorrerendo uma das três rotas de aventura disponíveis no programa.

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Se você já sabe que a vida sem o Run Rickshaw será muito chata, com proporções insuportáveis, tudo que você precisa fazer é se registar no site para a próxima temporada. As vagas para as corridas de primavera, outono e inverno de 2011 já estão esgotadas, mas ainda existe uma lista de espera para as três edições. Se você curtiu a programação, atividades semelhantes acontecem também na América do Sul, à partir de maio de 2011.

A corrida é brincadeira séria. Os participantes fazem o compromisso de arrecadar pelo menos mil libras ou 2,690 reais por equipe para as instituições de caridade participantes do evento.São selecionadas instituições que atuam nas regiões por onde acontece a corrida de aventura. Por serem em número pequeno, cada organização recebe uma quantia significativa para beneficiar os seus projetos.

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Crédito fotos sentido horário:
foto 1 - (fila de tuk tuk) www.thelifeofadventure.com/rickshaw-run
foto 2 - www.jaunted.com
foto 3 - www.blog.theadventurists.com
foto 4 - www.trivialmatters.blogspot.com                                                                                     foto 5 - (organograma) http://rickshawrun.theadventurists.com/index.php

Para maiores informações, não deixe de conferir o site dos organizadores. Ah, e boa diversão!

http://rickshawrun.theadventurists.com/index.php

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Tuk tuk

O ‘auto rickshaw’ (auto riquixó ou riquixá), auto, rickshaw, ou simplesmente tuk-tuk é um triciclo com cabine para transporte de dois ou três passageiros muito utilizado em países asiáticos, como Bangladesh, Camboja, Nepal, Índia, Laos, Filipinas, Paquistão, Sri Lanka e Tailândia, bem como na Guatemala, Peru e alguns países Africano, como Etiópia, Sudão e em algumas partes do Egito.

O original meio de transporte comemorou recentemente o seu 50 º aniversário desde a primeira linha de produção na Índia, em 1957. Dizem que esse simpático nome, tuk-tuk é em função do som de seu ‘potente’ motor. Nada se compara a sua agilidade, esses pequenos notáveis são ‘pau para toda obra’ e circulam milagrosamente entre pessoas, vacas, bicicletas, motos, outros riquixós, carros e caminhões.

Além disso, esse é o melhor modo de transporte para dar uma olhada de perto na vida como ela. Só assim é possível ver as cores e os cheiros das ruas, ouvir a pechincha local e ainda curtir os macacos na beira da estrada. Não é para os fracos de coração, mas certamente vai mudar o seu jeito de ver a vida.

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Os auto riquixós são utilizados em toda a Índia, mas as regras variam e as tarifas são relativas. Na teoria, em algumas áreas existem medidores – pelo menos é o que dizem, porque nós por exemplo, não circulamos em nenhum carrinho que tivesse ‘taxímetro’ na ativa. O que vimos é que em algumas cidades existe o trajeto pré-pago saindo das principais estações de trem.

Quase sempre, os medidores dos carros são apenas enfeite e por isso você deve usar suas habilidades de negociação. O primeiro passo seria perguntar no hotel onde se está hospedado qual seria o valor justo de um passeio a partir do ponto A para B. Vale a pena sempre estabelecer um preço com antecedência para evitar aborrecimentos, afinal o combinado não é caro.

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bienvenue a Pondy

Minha cabeça não é mais a mesma. A empolgação de ter chegado em Goa foi tão grande que eu acabei esquecendo de comentar sobre nossa passadinha relâmpago em Puducherry, ainda no estado de Tamil Nadu, do ladinho de Auroville. Mesmo fora de ordem, vale a pena comentar e postar umas fotinhas deste charmoso QG francês.

Puducherry conhecida também como Pondicherry ou simplesmente Pondy, para os íntimos, (ulalá! rs…) foi colonizada pela França e estabelecida como capital dos territórios franceses da Índia em 1674.

A cidade foi a maior colônia francesa no país. A influência mediterrânea é especialmente percebida nos bairros antigos e turísticos, com ruas e avenidas ladeadas de casarões, igrejas, sinalização em francês, elegantes cafezinhos, galerias de arte e boutiques, embora a parte nova da cidade seja bastante indiana.
pondicherry
Pondy tem um mix bastante agradável do Oriente e do Ocidente, sendo também conhecida como a Riviera Francesa do Oriente (La Côte d'Azur de l'Est). A cidade tem dupla personalidade e a travessia de leste a oeste do canal central revela duas cidades com características ricas e bastante diferentes.

A semelhança com a nossa arquitetuta colonial é grande e em alguns momentos pensamos estar passeando pelas cidades históricas mineiras ou em Parati. O plano era tirar várias fotos e bater bastante perna, mas o dia cinza e a forte chuva não ajudaram nem um pouco...


Sugestões de passeio, de preferência sem chuva! rs…

Sri Aurobindo Ashram – Em 1910 o líder espiritual Sri Aurobindo fez de Pondicherry sua casa até sua morte em 1950.

Swadeshee Bharathee Textile Mills Limited (Fábrica de Tecelagem)

Eglise de Sacré Coeur de Jesus - Igreja Sagrado Coração de Jesus

Pondicherry Museum – Museu de Pondicherry

Villayanur Sri Gokilambal Thirukameswarar Temple - (Templo Hindú)

E uma caminhadinha pelas tranquilas ruas do bairro antigo, próximo ao mar. Que tal?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Be my Valentine

São Valentim (Saint Valentine) é considerado o protetor dos casais. No dia do seu aniversário, 14 de fevereiro, diversos países do mundo, inclusive a Índia, comemoram o Dia dos Namorados. Então uma feliz segundona de dia dos namorados pra você!

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sossegado meu rei

É verde, cheia de coqueiros e repleta de graça. Goa é conhecida por suas excelentes praias, igrejas, arquitetura, além de um peixinho fresco, é claro.

Em nenhum outro lugar da Índia você vai encontrar o calor, ‘sossego’ e vibração harmônica de tantas culturas. Misture um pouco de vinho português, sabores dos quatro cantos do mundo e arquitetura colonial. Além de pitadas coloridas de islamismo, hinduísmo e catolicismo. Pronto, é isso. Bem-vindo a Goa. Não é a Bahia, mas também é terra de todos os santos.

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A praia de Anjuna é muito conhecida pelos hippies, música eletrônica e deliciosos e variados peixinhos ao curry. Porém, mais do que a presença da turma hippie, Anjuna é conhecida pelo seu mercado semanal. Anote aí, às quartas-feiras de sol escaldante você vai encontrar livros usados, jóias, esculturas, roupas, acessórios, artesanato, temperinhos dos deuses e até um corte de cabelo. Negociar é uma parte emocionante da experiência. Indianos, nepaleses, tibetanos, mercadores da Caxemira, mulheres do Rajastão e viajantes de todo mundo participam da diversão.

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Goa tem a ‘prainha’ perfeita para todo turista; coqueiros, cabanas de madeira, muitos restaurantes e algumas vaquinhas, afinal elas não poderiam faltar. A temperatura é quente, areia macia, água morna e ondas tranqüilas.

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O mar calmo e uma brisa quente e relaxante de final de tarde, vem nos receber. Algumas pessoas dançam na areia, outras tribos fazem caminhada, brincam na areia com as crianças, já outros fazem uma espécie de veneração ao belíssimo pôr-do-sol e de repente, uma vaca zen completa o cenário, que mais parece uma tela do Dalí. Isso é que é vida…

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Vamos a lá praia oh oh oh oh oh

Depois de muita história, cultura, vida selvagem e aventura chegou a hora de curtir uma praia. O plano era explorar o estado de Kerala e na sequência, Goa, mas como (pra variar) o tempo estava curto, fizemos a opção de conhecer apenas Goa.

Ouvimos dizer que Kerala é mais conservador e por lá não existe o hábito de usar roupas de banho como as nossas. Esse foi o fator decisivo na nossa escolha, porque depois de tanto tempo de calça comprida chegou a hora do casal ‘boto rosa’ tomar um solzinho esperto e dourar a cútis ‘amarelo-londrina’.

Infelizmente não conseguimos comprar passagens de trem e o jeito foi voar para Panaji (Panjim era o antigo nome português), capital do estado. De lá pegamos um táxi para Anjuna e foi só alegria. Fomos recebidos com um ensolarado final de tarde e inúmeras paisagens de cartão postal. Hum... acho que chegamos num pedacinho do paraíso...

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Goa encontra-se a 400 km sul de Bombaim. É o menor dos estados indianos em território, quarto menor em população, e o mais rico em PIB per capita da Índia. A sua língua oficial é o concani, porém, devido ao domínio de Portugal por mais de 400 anos, ainda existem pessoas que falam português -  é o que dizem, porque nós não conhecemos nenhum ser que falasse a língua da Terrinha. Em 1510, o pequeno estado considerado a 'Roma do Oriente', tornou-se a capital do Estado Português da Índia, tendo sido integrada à União Indiana somente em 1961.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Peeble Garden

Deepika e Bernard são as mãos e o coração por trás do Peeble Garden, ou Jardim de Pedra, originalmente, uma terra de solo pobre e arenoso, onde só existia pedra sobre pedra. O bacana dessa história é que o solo local vem sendo reconstituído sem nenhuma entrada de fora, como terra de composto, através de permacultura, cujo princípio parte da utilização de métodos ecologicamente saudáveis e economicamente viáveis, que respondam às necessidades básicas sem explorar ou poluir o meio ambiente e finalmente, que se tornem auto-suficientes a longo prazo.

A recomposição do solo vem sendo feita através da reciclagem da vegetação pioneira já existente, fazendo-se uso de métodos simples e caseiros, como po exemplo, através do aproveitamento da flora local; camadas de folhas de acácia e lodo de lagos são espalhadas pelo solo e o restante da obra fica a cargo de cupins e minhocas. O trabalho de construção dos solos continua a cada estação e nesse ritmo o jardim vem crescendo devagar e continuamente. Já são 1.000 metros quadrados de horta.

A permacultura aproveita todos os recursos disponíveis, e também, cada elemento presente na composição natural do espaço. Mesmo os excedentes e dejetos produzidos por plantas, animais e atividades humanas são utilizados para beneficiar outras partes do sistema.

Segundo o casal, o objetivo principal do Peeble Garden não é o cultivo de legumes, mas sim produção e cultivo de sementes de variedades raras, raízes e plantas medicinais e fitoterápicos, que requerem pouca água. Por exemplo, já são 15 variedades de berinjela orgânica.

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As sementes são distribuídas para os agricultores e jardineiros de Auroville e também para toda a Índia.E sempre que possível, Deepika e Bernard participam de feiras de sementes na intenção de incentivar mais pessoas a cultivarem seus próprios jardins. Já são cerca de 3.000 pacotes de sementes de hortaliças distribuídas anualmente. 

"Tentamos desenvolver plantas que não são comuns e consequentemente não podem ser encontradas facilmente. Muitas espécies estão ameaçadas, pouco cultivadas e suas sementes raramente disponíveis. A área já conta com 90 variedades diferentes de plantas", acrescenta Deepika. Um novo aspecto do Peeble Garden é a educação e partilha de conhecimentos.

O projeto começou como um jardim experimental, uma tentativa de se reviver áreas severamente desgastadas. A história criou força e evoluiu para a produção de sementes e um centro de estudos de pequeno porte recentemente foi adicionado para comportar voluntários. Essa é a contribuição do Peeble Garden, a manifestação de esperança de um casal que acredita que um dia haverá terra fértil suficiente para acolher todo o planeta, e as variedades em risco de extinção, farão parte de um passado beeem distante.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Rotina zen

Pois então, depois de muita teoria e pesquisa, chegou a nossa hora de conhecer Auroville, ou pelo menos uma amostra dessa sociedade alternativa (viva, viva, viva a sociedade alternativa!!!). Ficamos hospedados numa Guest House chamada Aspiration, localizada na bordinha de fora de Auroville propriamente dita.

A estrutura dessa casa de acomodação, assim como de muitas outras é composta por uma parte fixa, que são os moradores locais; indianos em sua maioria e alguns estrangeiros, além dos visitantes, como nós no caso. O visitante paga uma tarifa diária por pessoa e tem direito ao quarto e 3 refeições.

A acomodação é simples e aconchegante e o ambiente descontraído, repleto de verde por todos os lados. Os quartos são relativamente isolados uns dos outros mas na hora das refeições é possível socializar com a turma local. Numa dessas, conhecemos o professor Rajin, uma figura super simpática e antenada. Gracas a ele, descobrimos várias atividades culturais espalhadas pela cidade e o melhor, de ‘grátis’!

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Para nos locomover, alugamos uma mobilete, sim, isso mesmo! Passear de mobilete foi uma das coisas mais divertidas que fizemos por essas bandas. Geralmente começavamos o dia na boulangerie com um super croissant de queijo e chocolate (sentiram aí o cheirinho do croissant quentinho?) e de lá, íamos desbravar a vizinhança, algum projeto da comunidade, ou fazer aula de yoga e no final do dia, parada obrigatória para o chazinho é claro!

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Os dias em Auroville foram tranquilos e inspiradores. A cidade respira yoga e meditação. Crianças, adultos e idosos ‘espigadinhos’ e na mesma sintonia, saudáveis e com uma postura aparentemente mais otimista pra vida. Felizmente, também fomos contaminados por essa onda de bem viver.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um lugar chamado Auroville

Auroville não pertence a ninguém em particular, pertence à humanidade como um todo. Para se viver em Auroville é necessário ser o servidor voluntário da Consciência Divina. Esta cidade será o lugar de uma educação sem fim, de progresso constante, e de uma juventude que nunca envelhece; a ponte entre o passado e o futuro, um lugar de pesquisas materiais e espirituais”. A Mãe

Auroville é um município experimental projetado pelo arquiteto Roger Anger, localizada no distrito de Viluppuram, no estado de Tamil Nadu, próximo a Puducherry no sul da Índia. Foi fundada em 1968 como um projeto de Sri Aurobindo e Mirra Alfassa, "A Mãe", que era sua colaboradora espiritual. O desejo da Mãe é que essa cidade experimental contribuísse significativamente no "progresso da humanidade rumo ao seu futuro esplêndido, reunindo pessoas de boa vontade e aspiração por um mundo melhor." A Mãe também acreditava que essa cidade universal também contribuiria para o renascimento indiano. O município também conta com o apoio da Unesco. 

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Na cerimônia de inauguração em 28 de fevereiro de 1968, representantes de 124 países e de 23 estados indianos colocaram numa urna no formato de flor-de-lotus, uma mão cheia de terra de seus respectivos países de origem. Um ato simbólico de união humanitária. O propósito de Auroville é ser uma cidade universal onde homens e mulheres de todos os países são capazes de viver em paz e harmonia progressiva, acima de todos os credos, toda a política e todas as nacionalidades. O propósito maior é realizar a unidade humana.

Auroville é uma mistura dos ideais de igualdade humana e evolução espiritual e uma realidade intrigante para o restante do mundo. Já são aproximadamente 90 assentamentos divididos entre áreas de socialização como cozinha comunitária, biblioteca, anfiteatro etc e comunidades de tamanhos variados, somando mais de 2 mil habitantes de aproximadamente 40 nacionalidades, sendo que dois-terços dos ‘aurovilianos’ são estrangeiros. O que certamente atrai criticismo de fora; seriam esses estrangeiros um bando de gringos excêntricos, vivendo num condomínio rústico no meio do caos com propósitos espirituais? Para alguns sim, mas talvez não para todos.

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A pequena cidade é mantida com doações privadas e apoio de organizações nacionais e internacionais. Os moradores estão envolvidos num variado leque de atividades, que vão de pesquisas na área econômica, regeneração ambiental, agricultura orgânica e permacultura, energias renováveis, tecnologia de construção, desenvolvimento de comunidades, artesanato e desenvolvimento industrial em pequena escala para a comunidade local, saúde, educação entre outras.

O sonho de se construir uma nova proposta de cidade para o futuro, também atrai arquitetos e estudantes de arquitetura de todo o mundo desde o final dos anos 60. Não estar vinculado às convenções tradicionais do processo de criação e construção, vêm permitindo uma infinidade de expressões arquitetônicas ao longo do desenvolvimento de Auroville.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O sonho

“Deve existir um lugar na terra onde nação nenhuma possa clamar como sua e os homens de boa vontade que têm uma sincera aspiração possam viver livres como cidadãos do mundo e obedecer a uma única autoridade, aquela da suprema verdade.

Um lugar de paz, concordância e harmonia onde todos os instintos humanos de luta sejam usados exclusivamente para conquistar as causas do sofrimentos e tristezas, para superar fraquezas e a ignorância e triunfar sobre limitações e incapacidades. Um lugar onde as necessidades para o espírito e a preocupação pelo progresso tenham prioridade sobre a satisfação dos desejos, paixões e procura pelo prazer e satisfação material.

Neste lugar, as crianças teriam a possibilidade de crescer e se desenvolver integralmente, sem perder contato com a alma; educação seria dada não com o propósito de aprovação nos exames ou obtenção de certificados e postos, mas para enriquecer as faculdades humanas já existentes e trazer outras mais.

Neste lugar, títulos e posições seriam substituídos por oportunidades de servir e organizar; as necessidades físicas diárias de cada um seriam tratadas igualmente; e superioridades intelectual, moral e espiritual seriam expressadas numa organização maior, não no aumento dos prazeres e poderes, mas pelo aumento das tarefas e responsabilidades de cada um.

A beleza, em todas suas expressões artísticas, sejam elas pintura, escultura, música e literatura seriam igualmente acessíveis a todos; a habilidade de dividir e a satisfação que a mesma traz seriam limitados apenas pela capacidade de cada um e não por posição social ou financeira.

Nesse lugar ideal, dinheiro não mais seria o todo poderoso; pessoas valiosas teriam uma importância muito maior que aquela do mundo material e status social. Lá, trabalho não seria uma maneira de sobreviver, mas sim de se expressar e desenvolver capacidades e possibilidades, enquanto estando a serviço da comunidade como um todo, o que por si, proveria a subsistência do indivíduo e sua participação na comunidade.

Em suma, seria um lugar onde os relacionamentos humanos, que são normalmente baseadas na competição, seriam substituídas por relacionamentos na intenção de se fazer o bem, de colaboração e real irmandade”.

 

Mirra Alfassa – “A Mãe”, Agosto 1954

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Embarque nesse trem

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Antes de chegarmos ao nosso próximo destino, nós ‘mineiríssimos da gema’, não poderíamos deixar de comentar sobre os trens na Índia e, diga-se de passagem, que ‘trem bão sô’! Tá certo que não são simpáticos como as máquinas a vapor da Europa, mas tudo bem, o importante é que funciona. Ficamos sonhando acordados se o nosso Brasil também tivesse um sistema ferroviário eficiente para transportar pessoas, afinal potencial de sobra temos pra isso. Assim seriam menos aviões no ar, consequentemente menos poluição, mais contato com a natureza e mais diversão pra toda família.

Com 64,000 quilômetros de vias ferroviárias e aproximadamente 6.900 estações, a rede ferroviária da Índia é a terceira maior do mundo depois da Rússia e China, o segundo maior do mundo em termos de passageiros, em torno de 20 milhões de passageiros por dia. A Indian Railways é também a maior empregadora do mundo, com mais de 1,6 milhões funcionários.

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Dizem que a única maneira de se descobrir a verdadeira Índia é viajando-se de trem. Nenhuma visita será completa sem o barulho e a movimentação das estações ferroviárias e já dentro do vagão, o grito do vendedor de chá, ‘o chaaai’, vindo pelo corredor, ou o choro das crianças a bordo (rs…) entre outros sons.
Esqueça aquela memória dos trens suburbanos superlotadas com pessoas sentadas no telhado. Em viagens de longa distância por exemplo, existem oito classes diferentes. Os assentos e camas são reservados, o bilhete é checado e o percurso é seguro, barato e relativamente confortável, apenas um pouco barulhento, afinal aqui é a Índia!
Desde 1853, as estradas de ferro do país têm sido uma força unificadora. Não só fisicamente ligando regiões distantes, mas também, diferentes castas, línguas e religiões que compõem esta diversificada nação. Famílias, estudantes, trabalhadores que vão e que vêm, soldados, turistas etc etc. Essa grande instituição reflete o próprio país. Muitas são as faces e variadas são as histórias, nas estradas de ferro do grande planeta Índia.

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Obs.: Pensando em viajar de trem por esse mundão de Deus? Não deixe de pesquisar o      www.seat61.com – Vale muito a pena, e além disso você pode descobrir de onde o nome ‘seat 61’ ou assento 61 surgiu. 
Fonte: www.seat61.com, BBC Ásia

sábado, 15 de janeiro de 2011

De norte a sul

Nossa temporada no norte chegou ao final. Não por falta de opção, porque esse problema não existe no ‘Planeta Índia’. Mas sim, por falta de tempo. Vou contar uma coisa, se você pensa em visitar esse caótico, intenso, diversificado e colorido país, reserve aí no mínimo uns dois meses. Tudo bem, a gente sabe que quase ninguém tira férias prolongadas,  e que isso é coisa de mochileiro à toa! kkk…

E nesses intensos meses de viagem, conhecemos pessoas que estão viajando há muuuuito tempo. Por exemplo, um holandês que já visitou a Índia 15 vezes - detalhe, e na sua primeira viagem, ele veio de ônibus da Holanda até aqui, é mole? Ou o inglês que chegou aqui de bicicleta. Sim, ele veio do País de Gales até Varanasi de bike e sozinho! Recentemente conhecemos uma querida nova amiga que está viajando há dois anos e meio. Em breve falaremos mais dela.

Vir para estas bandas sem passagem de retorno comprada é um risco… pode ser que você mude de idéia, jogue tudo para o alto e resolva ficar de mala e cuia! hahaha… Mas é serio, dá vontade de ficar mais e explorar mais. Talvez sejam a ‘diversidade-intensidade’ que fazem o holandês voltar aqui por todos esses anos.

Tudo bem, esse não é o nosso caso, vamos voltar a realidade! rs… Como o tempo está curto, já temos compromisso no sul e queríamos vivenciar o transporte ferroviário, resolvemos fazer esse trecho da viagem de trem mesmo. O itinenário total: Varanasi no estado de Uttar Pradesh para o Chennai em Tamil Nadu beeem lá no sul. Tivemos que fazer uma parada nesse trajeto porque não existe trem direto e a distância é grande. Fizemos então, Varanasi a Jhansi, uma cidade tranquila (para os padrões indianos é claro) onde encontra-se uma das maiores junções da malha ferroviária do país. Ou seja, passamos por lá por necessidade, apenas para fazer conexão para o sul. Foram 13 horas de viagem. Passamos o dia em mais um ‘hotelzim’ e de madrugada pegamos outro trem para o Chennai.

Já tínhamos ouvido falar que atrasos acontecem. É verdade! Nossa conexão estava prevista para a 1h30 da manha. Mas acabou chegando apenas às 4h30. Foi um chá de cadeira incrível (ou terrível). A estação estava lotada, fazia frio, não tinha um banquinho pra sentar, nem banheiro, nem chá… o jeito foi sentar nos mochilões e abrir um livro para matar o tempo e tapear o sono.

Tirando o atraso, nosso percurso de trem de 30 ‘horinhas’ foi bem mais tranquilo do que imaginamos. Chegamos são e salvos e já cheios de energia no Chennai, onde fomos direto para a rodoviária para pegar um ônibus de 5 horas para Puducherry e de lá, pegar um tuk tuk até nosso destino final, Auroville. (zzzzz… a pilha está acabando!)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A cerimônia do fogo

Fumaça de incensos ao som dos sinos e cantar dos fiéis, às margens do Ganges compõem o cenário de uma encantadora tradição de honra.

Um grupo de religiosos realizam diariamente no início da noite a Agni Pooja ou  Puja (culto) ao Fogo. A puja de fogo é uma cerimônia em homenagem ao rio Ganges, Sol, deus Shiva, Fogo e todo o universo e é realizada pelos jovens sacerdotes brâmanes.

O culto é realizada no Dashashwamedh Ghat, o ghat mais visitado por peregrinos hindus devido a sua proximidade ao Templo Vishwanath . Duas mitologias hindus são associadas a esse ghat: Segundo uma delas, Lorde Brahma o criou para acolher Lorde Shiva. De acordo com outra, Lorde Brahma haveria sacrificado dez cavalos em um yajna, que é um ritual de sacrifício, uma oferenda aos deuses também no Dashashwamedh Ghat.
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Varanasi cidade dos deuses

Localizada às margens do Ganges com mais de 3 milhões de habitantes, Varanasi é uma das cidades mais antigas do mundo, considerada a cidade mais sagrada pela religião hindu. Ponto de encontro da tribo dos Sadhu, os homens religiosos com suas vestimentas cor de açafrão, que é associada ao fogo, o qual é considerado divino e necessário em muitos rituais religiosos.
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Ainda segundo o hinduismo, acredita-se que a cidade foi fundada por Shiva, o Deus hindu Destruidor (ou o Transformador), há mais de 5 mil anos. Contudo, estudiosos consideram a hipótese de que a cidade surgiu há cerca de 3000 anos. A verdade é que a data exata de sua fundação é desconhecida, já que as únicas fontes de informações partem das tradições hindus.

A cidade é um excelente ponto de compra de saris, a belíssima vestimenta típica das mulheres indianas. O tecido Banarasi e o leite Koha são considerados a marca registrada da cidade e suas indústrias são responsáveis pelo ganha pão de muitas famílias da região.

A cultura local está intimamente associada com o rio Ganges e sua importância religiosa. Sua parte antiga, próxima ao Ganges é repleta de labirínticas ruas estreitas que são ladeados por pequenas lojas e dezenas de templos hindus. A Cidade Velha é rica em cultura, e merecidamente um destino popular para viajantes e turistas. Varanasi tem cerca de 100 ghats, dos quais a maioria destinada a banhos, enquanto outros são usados como locais de cremação.

Os hindus acreditam que tomar banho no Ganges lava os pecados humanos e a possibilidade de morrer em Kashi (Varanasi, cidade sagrada na Índia) e ter as cinzas cremadas e atiradas no rio, também garantem libertação da alma de uma pessoa do ciclo de transmigração da alma ou reincarnação.
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Chegada a Varanasi

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Ficamos na fila de espera do trem para Varanasi, nosso próximo destino que fica há 13 horas de Agra. O transporte ferroviário na Índia quebra um galho gigante e no final das contas tivemos a confirmação do embarque. E como previsto, incluindo o atraso (rs..) chegamos quase na hora do almoço.

Na estação, como de costume negociamos um tuk tuk para a região dos Ghats, que são as largas escadarias que dão acesso ao rio Ganges, ou melhor, próximo a elas, pois transporte de 3 ou 4 rodas não circulam por entre as estreitas e misteriosas ruinhas repletas de templos, vacas, pessoas e muuuitas motos.

O jeito então foi ziguezaguear a pé com nossas mochilas na ‘cacunca’, procurando uma hospedagem mais decente. Sobe escada, visita quarto, desce e anda mais um pouco, sobe e desce… ufa! E nesse vai e vem, andamos tanto que chegamos num dos Ghats, já pertinho do rio. Advinhem só… esse Ghat é um local de cremação super sagrado, lotado de gente.

Pensando depois no acontecido, a cena foi memorável… os dois turistas com suas mochilas gigantes, perdidos, suados, já mal humorados e ‘mortinhos’ de cansado… E eu continuava a nao entender porque todo mundo olhava pra gente, pensei com meus botões, uaaai… nunca viram turista? Os intensos cheiros de queimado e incenso subiram e a nossa ficha caiu… No final das contas achamos um pouso simpático, quartinho limpo e funcionários alegres. Valeu a pena o esforço.

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domingo, 9 de janeiro de 2011

A cidade fantasma

Aproveitando a passagem por Agra, esticamos nossa programação a Fatehpur Sikri, que ‘chato’, mais um belíssimo complexo arquitetônico tombado pela Unesco, de bobeira, pertinho da gente. Na verdade nem sabíamos da existência desse lugar. O casal belga da turma do safari de camelo nos contou sobre essa cidade e então, aproveitamos a oportunidade.

Pegamos um tuk tuk até a estação de ônibus de Agra, e assim que chegamos já avistamos uma turista dentro de um busão e aí pensamos, essa dona aí deve estar indo para o mesmo lugar que a gente… Batata, na pinta! Já entramos e por lá ficamos. Fatehpur Sikri fica a uma hora  de distância de Agra. Bom, pelo menos teoricamente, porque na prática a ‘coisa’ pode mudar. E mudou… nada demais, só um engarrafamento gigante que no final, só custou uma horinha de atraso e em compensação rendeu boas risadas enquanto vivenciamos o caótico, diversificado e colorido trânsito local.

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Fatehpur, erguida como a Cidade das Vitórias, foi capital do império Mughal por apenas 10 anos. O Imperador Akbar decidiu construí-la para homenagear o santo sufi Shaikh Salim Chisti, que previu o nascimento de seu filho, príncipe Salim.  Devido a falta de água, o local foi completamente abandonado, até a sua exploração arqueológica em 1892. A Cidade das Vitórias, tornou-se então a Cidade Fantasma.

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O complexo é composto por uma série de palácios, onde também residiam as esposas hindu, cristã e muçulmana do imperador. E segundo dizem, a esposa hindu era sua favorita e em consequência disso, ocupava o maior deles. Além de edifícios públicos, áreas para o tribunal, exército, servos do rei e para o restante da população o conjunto de monumentos e templos inclui uma das maiores mesquitas da Índia, a Jama Masjid.

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Fatehpur Sikri com seus monumentos em arenito vermelho, foi fruto de uma fase gloriosa do reinado Mughal e oferece uma mostra impressionante de sua arquitetura inspirada nos estilos indiano, persa e islâmico. Dizem que a forma e disposição da cidade influenciaram fortemente a evolução do urbanismo indiano, em especial na Shahjahanabad (Old Delhi), a parte velha de Deli. Vale a pena conferir.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dia de Taj Mahal

Foi a mais linda história de amor
Que me contaram
E agora eu vou contar
Do amor do príncipe Shah-Jehan                                                                                                 
pela princesa Mumtaz Mahal
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê...
Uhou! Uhou!!!!!!

Agra é destino óbvio e super esperado na Índia. Apesar do nome não ser muito conhecido, a cidade abriga um Patrimônio da Humanidade que também é uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Pois é gente. Chegou o esperado dia de conhecer o Taj Mahal.

A cidade, apesar de ter muitos monumentos e história, não é uma terra de encantos e, chegando tarde da noite fica até um pouco assustadora. Mas não nos abatemos e fomos atrás de um pouso pra dormir.

Seguimos direto para TajGanj, região da turma mochileira e é claro, das acomodações econômicas. Após algumas tentativas frustradas achamos um ‘hotelzim’ bem fuleiro para dormirmos. Pela necessidade, nos acostumamos com nosso ‘novo’ quarto, mas confesso que durante a noite, tive a impressão de que o quarto mexia durante a noite e que estávamos sendo observados por outros seres vivos.

Assim que amanheceu, deixamos o pesadelo e fomos procurar um canto mais aconchegante. À luz do dia não foi muito difícil achar algo mais simpático. Já bem instalados, de banho tomado e descansados, fomos bisbilhotar a região às voltas do Taj, que pra ser sincero, não é um lugar muito inspirador, mas logo achamos a ‘vista perfeita’ de um dos vários restaurantes na cobertura dos hotéis da região para termos nosso primeiro encontro com o Taj Mahal.

De longe é bem interessante pois mistura a beleza de uma das 7 maravilhas do mundo com a bagunça de uma vizinhança pobre da Índia. Um tanto quanto exótico, curioso e real.

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Bom, mas não viemos até aqui pra ficar curtindo o Taj de longe, então, fomos dormir cedo pra ‘madrugar’ no outro dia e começar nossa visita sob a bela luz do nascer do sol e com menos turistas a vista. Vale ressaltar que aqui tudo é superlativo e mesmo quando falamos menos turistas, significa um monte de gente, pegar fila e esperar a vez para tirar fotos.

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O ‘sacrifício’ vale a pena e a beleza do lugar se apresenta desde o primeiro minuto. Com seus jardins e espelhos d’água, até parece um passeio pelo parque no domingão, com paradas para fotos e descanso no banquinho. Só faltou o carrinho de pipoca.

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Apesar de parecer um palácio, o Taj Mahal é na verdade um mausoléu e começou a ser construído no ano de 1632 pelo imperador Mughal Shah Jahan, em homenagem a sua terceira esposa, Mumtaz Mahal que morreu no parto do seu décimo quarto filho. É isso aí, foram 14 filhos de uma barriga só!

A história é triste, mas o monumento, provavelmente o mais fino exemplo da arquitetura Mughal, tem uma atmosfera super romântica e conta com detalhes inacreditáveis, como divisórias esculpidas em mármore e detalhes encravados em pedras semi preciosas que por si já são suficientes para prender a atenção por um dia inteiro.

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Sua construção contou com cerca de 20 mil trabalhadores e mais de mil artesãos de diferentes partes da Ásia e até Europa, responsáveis pelo fino acabamento. O resultado é algo difícil de descrever mas fácil de se apaixonar.

Ainda não satisfeitos com a beleza do lugar, dedicamos parte de nossa visita às divertidas (e bregas) fotos de turistas. :-)

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