domingo, 31 de outubro de 2010

Muita história para contar

…o resultado não poderia ser melhor, para conhecer a verdadeira Damascus é preciso se perder, entrar em mercados desconhecidos, conversar com os locais e viajar pelas mil e uma histórias que este povo tem para contar.

 A propósito, acabamos o nosso dia no Café Al-Nawfara, curtindo um bom chá e escutando os contos de um contador de histórias profissional da cidade. Antes tão tradicional na cultura local, esta profissão tristemente corre o risco de não existir mais.  Abu Shady possivelmente é o último contador de ’causos’ de Damascus e um dos poucos que sobraram no país.

Contador de histórias de Damascus


Os contadores tinham um papel importante na preservação da história e perpetuação das tradições árabes, porém, as massificadas opções de entretenimento - as quais nem precisamos listar, roubaram a cena, e tristemente, também seu público jovem. Se um dia voltarmos a esse lugar tão encantador, esperamos encontrar mais e mais contadores de histórias. (Suspiros e mais suspiros…)

Agora é hora de arrumar as malas novamente que amanhã vamos para Jordânia, rumo a Petra.  

sábado, 30 de outubro de 2010

O quê que Damascus tem?

Bom, é mais fácil responder o que não tem… Não tem monotonia, não tem falta de opção e não dá tempo para descansar.

Sempre procuramos consultar nosso guia de bolso para evitar contra-tempos, mas para ser sincero a melhor forma de se divertir é andando pelo centro antigo de Damascus e deixar se levar pelo rítmo da cidade.

Para começar, não há como perder a Mesquita Umayyad, localizada na entrada do Bairro Antigo é considerada um dos mais belos exemplos da arquitetura islâmica (merecídamente) e de grande  importância para a cultura e religião local.

Os mosaicos no pátio interno são exemplo do talento árabe. Fícamos um bom tempo sentados só admirando a beleza e riqueza de detalhe desta obra de arte. Principalmente os mosaicos que adornam o hall de orações e o Domo do Tesouro.

AIMG_9965

IMG_0001

Depois de curtirmos a beleza arquitetônica do pátio, resolvemos entrar no hall e vivenciar um pouco mais do islamismo. Normalmente as mesquitas são fechadas aos turistas durante as orações, mas na Umayyad, nós tivemos a oportunidade de conhecer um pouco deste importante momento na vida dos mulçumanos. Tenho que confessar, foi ótimo para matar a curiosidade e para aproveitar mais a beleza do prédio que também impressiona do lado de dentro mas de uma forma mais íntima e espiritual.

Saíndo da mesquito, levamos um susto, depois de quase uma hora dentro de um lugar calmo, voltar para o burburinho da cidade é um choque; leva-se um tempo para reacostumar com a mistura de sons, cores, cheiros e culturas do lugar. Mas logo, logo estávamos sentindo em casa novamente e curtindo esta bagunça.

AIMG_9887

Deixamos nossas patas nos guiar e passamos o dia comendo, tirando fotos, tomando chás e simplesmente assistindo a vida local. Sem aquela preocupação de ter que ver todos os pontos turísticos ou conhecer tudo que a cidade tem para oferecer. Até porque seria impossível fazer isso em um semana inteira, quanto mais em dois dias…

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Arte Pura

Ash-Sham, ou Damascus, para o Ocidente, é terra dos contadores de histórias e mercados, é sede da ‘Cidade Antiga’, cuja arquitetura reúne milênios de pura história e influências arquitetônicas do mundo Islâmico e Cristão.



Passada a ‘onda’ do antialérgico, a cidade ressaltou ainda mais seus encantos. A cada esquina algo pitoresco e surpreendente pode acontecer. E nós somos igual cachorro, não podemos ver um portão aperto que já vamos cheirar o lugar e, geralmente a tática funciona! Hehehe…

Foi assim que por acaso tivemos o prazer de conhecer um casarão de 50 cômodos e 2 pátios gigantes internos, datado de ‘centos’ séculos atrás. Desculpem, não lembro mesmo a data do lugar. Mas resolvi comentar, porque o lugar realmente é encantador.

Entrada de um dois vários casarões escondidos no centro de Damascus


A cidade anciã de Damascus, é a mais velha cidade continuamente habitada do mundo, considerada  patrimônio mundial pela Unesco desde 1979, dado ao seu valor incalculável à toda humanidade. É arte e história transbordando por todos os lados.

Vida de mochileira, não é fácil… sabe mulher como é ne? Adoraria comprar uma ‘lembrancinha’ de cada cidade onde passamos, mas a mochila está cheia e, por enquanto, só temos espaço para postais e olhe lá! Gostaria de entender o fenômeno fisico (rs…) responsável pelo crescimento da bagagem ao longo da viagem. Mesmo sem comprar nada… a danada da mochila cresce a cada parada. (Serão gases?)

Tirando a vontade (loooouca rs…) de levar um pouco do Oriente dentro da mochila, já me satisfaz um pouco a alma, transitar pelas ruinhas e, ao acaso, dar de cara com esses homens locais, criando suas maravilhas. Pessoas simples, muitos dos quais, certamente aprenderam o ofício em casa, apenas como uma forma de ‘ganhar o pão‘, transformaram tradições seculares de família numa das mais ricas expressões artísticas do mundo.

Artesão esbanjando criatividade em peças de vidro


Apesar da Síria ser predominantemente um país muçulmano, o fato de Damascus ser a cidade habitada mais antiga do mundo, contribuiu para que o Cristianismo também marcasse seu território na cidade. O bairro cristão fica na Cidade Antiga e é composto por incontáveis pitorescas contruções convertidas em charmosos hotéis, ateliês e pequenos antiquários, repletos de relíquias e trabalhos manuais sob o tema religião, como quadros, terços e oratórios ( a lista é grande), trabalhados em metais nobres como prata e ouro, numa versão barroco-oriental. De fazer cair o queixo…

Thaís doida para comprar uma(s) lembrancinha(s)!

Maria Fumaça rumo a Damascus

Chegamos em Damascus de trem. A viagem durou a noite toda, e que noite compriiiida, meu Deus… E nós, mineiros da gema, criamos mil e uma expectativas sobre a bendita aventura no trem. Fernando conseguiu comprar um quarto, com duas camas; daí foi a glórias! Queeee isso, essa viagem vai ser um ‘trem de doido’!

Pois é,  nunca tinha visto um trenzinho tão velho, ai… é até cômico lembrar agora. O traditional aviso ‘proibido fumar’ está toda parte, só um pequeno detalhe, ninguém obedece - só os não fumantes, é claro, rs… E como as paredes dos quartos são muito finas, todo mundo acaba fumando junto, all night long! Resumindo, foi a noite da Esquadrilha da Fumaça. Mas no final das contas, deu tudo certo, tomei uma dose ‘cavalar’ de antialérgico e cheguei em ‘estado alfa’ na doce Damasco. Tudo zzzzzem meu bem…….. zzzzz


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Hum... será que vai chegar?

Pausa para a janta

O jantar de hoje foi no Bazaar al-Charq, um restaurante super bacana, bem local, recomendação do Lonely Planet.

Pela rua, o restaurante é quase imperceptivel. Uma escadinha discreta para o subsolo, leva a uma grande surpresa. Fomos conduzidos para o cantinho de um restaurante gigante. Pela decoração do momento, ficou claro que iria acontecer algum evento. Daí, ficamos os dois pensando, ‘nossa, deve ser um casamento’, assim como no Brasil, existe comemoração na churrascaria, aqui também deve ter uma versão similar. E passa o tempo, ‘cadê o noivo’?, ‘cadê a noiva’? De repente, foram chegando os grupinhos de cuecas, chegam 2, chegam 6, chegam 15.… e nada da noiva….

Esse seria o meu consolo, porque não tinha nenhuma mulher no restaurante, além de mim. Totalmente bendita ao fruto.

Até que a curiosidade apertou e o Fernando perguntou… No 'fritar dos ovos', todos aqueles machos de plantão, faziam parte de uma reunião de time de futebol. Com tanto turista perdido nesse mundo, só nós dois num dos restaurantes mais badalados da cidade. Sem problema algum, imagine, chamamos ‘pouco’ a atenção da turma presente! Faz parte do nosso show!

Ah… já estava esquecendo de comentar, a comida estava excelente! Nos esbaldamos com as entradas típicas e de prato principal experimentamos o mix de churrasco árabe, marinado nos temperos do Oriente, simplesmente, delicioso.

Detalhe 'cultural', na hora de pagar a conta, uma garrafa de água mineral grande, sempre presente nas mesas daqui (queira você ou não) e geralmente, a caixa de guardanapos, também farão parte da conta. E para encerrar, o garcom ‘sutilmente’ sussurou com seu bigode no ouvido do Fernando, que a taxa de serviço não tinha sido inclusa na conta... Tudo é festa, viva a diversidade cultural! Sempre rende umas boas risadas no final.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Vestuário

Segundo o islã, os muçulmanos devem vestir-se de forma modesta. Homens e mulheres devem se vestir de forma simples e discreta quando frequentarem a mesquita.  As mulheres, em especial devem usar roupas largas que não revelem as formas do corpo, como blusas, saias ou calças que cubram os pulsos e tornozelos.

Thaís - Momento turista na 'Grande Mesquita' em Aleppo




Muitas mesquitas também pedem às mulheres não muçulmanas para que coloquem um lenço de acordo com o conceito de "hijab". O hijab é o vestuário que permite a privacidade, a modéstia e a moralidade, ou ainda "o véu que separa o homem de Deus".

Vitrines do Souq al-Hamidiyya - Damascus




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aleppo, Aleppo…

Esta cidade não para de nos impressionar. Para um destino que até há alguns meses nem sabíamos que existia, ainda estamos conhecendo muita coisa legal. A Grande Mesquita, localizada junto ao Souq al-Attarine é um bom lugar para visitar, sua arquitetura impressiona e por ser uma mesquita bem ativa, é uma boa chance para conhecer um pouco mais dos costumes islâmicos. Para entrar, na mesquita, todas as mulheres têm que vestir o véu, e para a maioria dos turistas do ocidente, principalmente as do sexo feminino, isto já transforma o passeio em um nova experiência. A Thaís ficou super bem no seu novo modelinho. 

Outro passeio imperdível é a Citadela. Provavelmente, o ponto turístico mais famoso e visitado da cidade. Localizado no topo de um morro, bem ao lado dos mercados,  esta cidade fortificada, ou pelo menos o que sobrou dela, é de cair o queixo. Tirando o calor, que estava insuportável, nosso passeio pela Citadela, foi super gostoso e tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais da história da região, curtir o “visu” das ruínas e conviver mais com a população local. Um barato, todo mundo te cumprimenta, pára para tirar fotos ou serem fotógrafados (eles adoram posar de modelo) e conversar com a gente. Super acolhedores.

Pra terminar, nada como passear pela cidade, que por ser suuuuper bagunçada, se torna hiiiiper interessante.  Mas se tiver muito quente, não deixe de tomar um suco de limão com hortelã. Perfeito para refrescar um pouco e dar mais energia para enfrentar o calor do Oriente Médio.

domingo, 24 de outubro de 2010

Welcome To Síria

Esse post não poderia ter um título diferente. Apesar da Turquia já estar localizada na parte Oriental, somente hoje tomamos conta de ter chegado no Oriente Médio, propriamente dito. A viagem foi longa. Beeem longa. Pegamos um ônibus de Kayseri (próximo a Goreme), sentido divisa Turquia-Síria. Esse trecho durou a noite toda. Por volta das 6 da manhã, chegamos em Antakya, onde pegamos outro ônibus para cruzar a fronteira.

Vou confessar que estava bem apreensiva  com esse momento de transição, pois estava chegando a hora de cruzar uma barreira cultural. Aqui, a presença do véu nas cabeças femininas é predominante. Então, por mais que eu tentasse controlar ‘caras e bocas‘, estava claro que eu era uma estranha no ninho. Mas foi tudo muito sossegado, a tal ponto que eu cai no sono dentro do busão. Nossa mãe, acho que fui picada pelo bichinho do tsé-tsé… Só acordei horas depois com a agitação do pessoal para descer do ônibus, carimbar os passaportes e registrar na polícia. Essa última parte, detalhe, só para os turistas, porque a turma local ‘vazou’ para o freeshop para comprar cigarros. No final das contas, chegamos em Aleppo, por volta do meio-dia. Um sol de ‘rachar mamona‘, me senti no querido Triângulo Mineiro - pausa para o momento nostálgico, hehehe…



Já tinha lido sobre a hospitalidade do povo Sírio, mas sabe como as coisas funcionam, é sempre melhor ver para crer. Um verdadeiro antídoto à mídia negativa  e as nossas próprias amarras internas no quesito vivenciar e apreciar uma cultura diferente. E a frase mais ouvida, não poderia ser outra: “welcome to Síria“. E o pacote é completo, vem com sorriso e aperto de mão. Na sequência vem, “where are you from“. Quando descobrem que somos brasileiros o assunto da hora é futebol. Neste momento a barreira da língua desaparece e o tricô reeeende… Fernando, um cara muito versátil, já recebeu o apelido de Ronaldo e Kaká. Com o meu conhecimento futebolístico quase nulo, fico só ouvindo os ‘causos‘. Hum… mas tenho que confessar… rola um orgulho no peito, porque graças ao futebol, somos conhecidos e queridos, nos quatro cantos do mundo. Isso é para poucos.

Nossos amigos pousando para foto



É diversão garantida se perder pelas infinitas galerias dos “souqs“, ou mercados cobertos de rua, construídos, a partir do século 13. Detalhe: o maior mercado coberto do mundo, está localizado aqui  em Aleppo. Quem me conhece sabe que sou uma grande apreciadora de mercados. Estou no paraíso! Aqui vende-se de tudo um pouco e as galerias são organizadas por mix de produtos, um verdadeiro ‘case’ de venda e logística, rs...  São corredores sem fim de tecidos, roupas, escarfes, bijouteria - muita prata e ouro, antiguidades, artesanato, doces típicos,  temperos - ai, os temperos… Amigos que têm o pé na cozinha, lembramos sempre de vocês nesses momentos mágicos.

Parece que fomos transportados no tempo, de volta aos bazares medievais, com seus barulhos frenéticos e aromas inesquecíveis. O amável povo desta terra soube chegar ao presente, tendo preservado as tradições do passado. Bem vindo à Síria. A gente que agradece essa oportunidade.

Souq al-Attarine

sábado, 23 de outubro de 2010

Indo para o Buraco

Literalmente, hoje nós fomos para o buraco, mas não era qualquer um e sim “O Buraco”. Na Cappadocia existem várias cidades escavadas no subterrâneo e algumas delas com mais de 2000 anos de idade.

Nós visitamos Derinkuyu, uma cidade subterrânea, patrimônio mundial da Unesco, construída originalmente entre os séculos VIII e VII  AC. A parte aberta a visitação já é um pouco mais nova e foi escavada por volta do século X DC.

A cidade impressiona, formada por uma rede interminável de túneis, possui quase 60 metros de profundidade e sua área é dividida em 8 andares. As cidades subterrâneas eram formadas por igrejas, depósitos de alimentos, áreas de convivência, ambiente destinado à produção de vinho e até estruturas para se manter os animas.

Além disso, o passeio é também super divertido, não há uma rota determinada e cada visitante escolhe seu própio caminho, fica até engraçado, sobe um rampa e encontra um coreano, entra numa caverna e dá de cara com um alemão, escuta o turco falando, o italiano gritando… Uma verdadeira Torre de Babel debaixo da terra.

Mais um ponto para a Cappadocia!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SOS - Internet Carroça, Vel. 4 patas

Amigos, a situação está complicada no momento, nossa internet está muuuito devagar e, na Síria, onde acabamos de chegar (huuuum...) a web é censurada. Isso quer dizer que não temos acesso a determinados sites e ferramentas online.  Não conseguimos nem ver as fotos que acabamos de publicar... o acesso é negado. É mole? Então, caso a diagramação esteja muito feinha, aguentem firme ai, em breve estaremos de partida... rumo a Jordânia (rs...)
Vocês não queiram imaginar o suador nosso aqui para tentar publicar o albúm de fotografias de hoje... Essa vida de blogueiro de primeira viagem no Oriente Médio não está sendo nada fácil, hehehe...
Devagar e sempre a gente chega lá.

Saudações caninas

Super Fantástico, no Balão Mágico...

A Cappadocia está ficando ainda melhor (se isto for possível). Hoje acordamos as 5 da madruga para uma aventura nas alturas… Voar de balão. Sempre tive esse sonho e não há lugar melhor do que Goreme para realizá-lo.

Antes do nascer do sol já estávamos na área de lançamento, onde dezenas de balões eram preparados para a jornada. A beleza natural do lugar, com todas aquelas formações rochosas já é super impressionante, adicionando os balões, fica ainda mais especial. Tudo muito surreal, me senti em uma tela do Dali.

Faltam  palavras para descrever o momento no ar, com o sol saindo atrás das montanhas, os balões preenchem o horizonte e os vales da Cappadocia dão o toque final. Uma manhã para a ficar na lembrança.

No período da tarde ainda fomos para o Museu ao Ar Livre de Goreme, onde igrejas escavadas em rochas entre o séculos VIII e XI servem de pano de fundo para um ótima caminhada. A propósito, a Cappadocia é um paraíso para qualquer aventureiro apreciador de boas trilhas, com dezenas de roteiros para todos os gostos. Curtam as fotos.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Chegada a Goreme


Rose Valley - Cappadocia

Zzzzz…

Esse foi o primeiro sentimento do dia. Após longas horas de viagem de ônibus sentido Istambul - Goreme, chegamos. Viva, chegamos!  Vale ressaltar que a viagem foi tranquila e o nosso ônibus, super confortável. Após 11 horas na estrada, vale ressaltar esse ponto. Fomos recepcionados na rodoviária por uma equipe de uma agência que queria nos vender um pacotão turístico intenso para os próximos dias. E olha que os preços pareciam justos e interessantes, mas a verdade é que gostaríamos de desbravar a Cappadocia por nossa conta. Sabe aquele sentimento gostoso de uma conquista a cada dia? É disso que falo. Não conheceremos tudo, mas… enquanto isso… que seja eterno enquanto dure, já dizia o poeta.

Ok. O traslado da rodoviária até Goreme, por si já foi encantador. Fomos calorosamente recebidos  por uma invasão aérea de balões de todas cores. Como pano de fundo, simplesmente um lindo céu de brigadeiro e caverninhas de todos os formatos espalhados pelos quatro cantos. Nossa mãe, não queremos acordar desse sonho!



Goreme é uma vila de 2 mil habitantes. Inacreditável. Você já se imaginou nessa situação, chegar numa cidadezinha - numa cultura beeem diferente, - importante manter isso em mente - onde toda a turma se conhece?

Os turcos vêm se mostrando anfitriões 5 estrelas. Sempre que saímos para uma caminhada, nossas caras, super curiosoas e super turísticas atraem vários bem vindos e é claro, algumas tentativas de negociação.  E nossa pousada caverna não se mostrou diferente. Estamos hospedados no Travellers Cavern Pension. Aqui tem quarto encrustado na pedra. Tem sim-senhor! Tem hospitalidade? Tem sim senhor. Tem uma área de convivência com mochileiros dos 4 cantos do mundo? Tambêm tem. Tem também muitos gatinhos, no sentido real da coisa. Particularmente, não sou uma apreciadora dos mundo miaaaau… mas gostaria de saber de onde vem esse vínculo turco com os gatos. Os felinos estão em todo lugar…






















O dia foi bem cansativo, mas tivemos tempo de reconher o território local. Subimos, viramos, descemos pedra e é claro, tivemos um super almoço da região, o que resultou numa delicious soneca. Super, mega revitalizante. Após nossa tradicional sonequinha subimos o morro (um deles) para ver o pôr-do-sol. Lindíííísimo. Um espetáculo! São coisas que o olho humano capta e que jamais, palavras poderão traduzir esse doce sentimento. Se fosse uma receita culinária eu diria, misture céu azul, pedras rosa-amareladas, civilizações de todos os tempos e uma colherada de gente hospitaleira. Huuum… quase lá.

Apreciando o almoço - Alt. Direita Goulash Turco, abaixo direita Musakka


Pensamos em utilizar a (suuuper) estrutura do albergue para tomar um vinho, fazer um boquinha e bater um papinho pelo blog. Esse era o plano para a noite, mas antes disso, no nosso caminho à vila para as compras dos petiscos, “acidentalmente”  encontramos esse casal americano que estava descendo o morro de moto.
Já ouviram dizer que no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho? Bom, nesse caso tinha uma carroça… muuuito devagar e um casal motoqueiro atrás. Já imagina o final? Pois é. Resumindo, rolou um tombão e uma mão ralada. Mr Fernando acabou de descer o morro, empurrando a motoca do rapaz até a loja de locação. O jovem “american couple” está em lua-de-mel pela Turquia. Muito inspirador eu diria….

Tudo bem, eu falo demais! Mas o que tem esse casal com a noite no albergue? Poís é, enquanto estávamos aqui no nosso happy hour, recebemos uma visita inesperada, JJ O´Connor nos surpreendeu com um gesto muito inesperado. Recebemos um lindo vinho + postal com dedicatória pela força de hoje. Ficamos encantados com a gentileza. Quem sabe teremos a chance de reencontrá-los pela vila para retribuir a gentileza. A corrente do bem não pode parar.

Presente inesperado

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Bye bye Istambul

Pois é, último dia em Istambul e agora estamos no ônibus a caminho de Cappadocia. A viagem é longa (11 horas) e decidi aproveitar um pouco para escrever sobre nossas últimas aventuras.

Ontem, em uma de nossas inúmeras caminhadas por lugares desconhecidos, quase cem por cento do nosso tempo na cidade, começamos a encontrar coisas que não esperávamos por aqui. Istambul, não só nos impressionou pelo lado histórico, arquitetônico e cultural, mas também mostrou um lado inexperado. No bairro Beyoglu, onde ficamos hospedados, há inúmeras galerias, lojas de música, estúdios de designers, bares, escolas de dança que dão a impressão que a cidade pulsa artes e criatividade, vinte e quatro horas por dia, rivalizando muitas outras cidades européias. A cada esquina, uma surpresa.

Quando não tínhamos mais energia, depois de ter andado mais que pé de cachorro, voltamos para nosso alberque, e lá tivemos a maior surpresa do dia e provavelmente de toda nossa estadia por aqui. Houve uma denúncia anônima de que nosso alberque vendia bebidas ilegalmente e a polícia lacrou o lugar, colocando todo mundo para fora.

Ficamos griladíssimos e meio perdidos, mas os recepcionistas arrumaram um outro alberque vizinho para passarmos uma meia-hora até que eles resolvessem o problema e conseguissem reabrir a “bimboca”. Sorte nossa…

Ao chegar neste novo lugar, piramos com a decoração, astral e simpatia de todo mundo, passado alguns minutos começamos a escutar uma música vindo do subsolo e resolvemos investigar. Fomos recebidos por uma turma de músicos turcos, super alegres, amigáveis e participamos de uma festa inesquecível, horas de música e dança turca, uma mistura de Ali Baba com festa rave (Demais!!!). Uma importante observação, os turcos são um dos povos mais acolhedores que conhecemos. Levaremos  muitas boas memórias desta noite e de nossa estadia na cidade.

Infelizmente, minha máquina estava trancada no hostel e não consegui tirar nenhuma foto. Fizemos umas ceninhas da turma. Infelizmente não temos como publicar agora, mas com certeza, quando chegarmos ai, colocaremos o vídeo no ar. Aguarde e confira.

Até mais em Cappadocia (prometo que com muito mais fotos, se o tempo ajudar é claro).

Grafite + Galeria de Cinema = Bairro Beyoglu

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cantando na Chuva

Chove chuva, chove sem parar… Pois é, São Pedro não está ajudando muito com o tempo. Continua chovendo no nosso terceiro dia em Istambul.  O cabelo da Thaís ficou molhado o dia inteiro.

Mas vamos nessa. Para fugir do tempo ruim resolvemos passar o dia comendo, bebericando chás e cafés… E para ser sincero, Istambul é bom até nisso, não importa por onde se passe, sempre tem algo interessante (quibes, “doners”, saladas - acho estou com fome novamente). Resumindo nosso dia em poucas palavras;  passamos  andando de um café para outro. A vantagem é que sempre víamos muita coisa interessante entre nossas paradas. Tomara que pare de chover amanhã, caso contrário, ganharemos uns bons quilinhos aqui na Turquia.

No final do dia passamos no Mercado de Temperos, uma verdadeira “gastrovisuolfática” experiência. Desculpe-me, sei que esta palavra não existe, mas foi a única forma de explicar nossa experiência que aguçava o apetite, emocionava os olhos e nos fez viajar entre os cheiros exóticos do Oriente. :-) Até amanhã.

Delícias Turcas - Mercado de Temperos

Mercado de Temperos - Istambul

Sonhos de qualquer cozinheiro (temperos)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Primeiras Impressões

Istambul é super divertida e cheia de passeios, até mesmo debaixo de muita chuva. Hoje não parou de cair água nenhuma hora, mas nem por isso ficamos deprimidos no nosso quarto de albergue. Lugares como Aya Sofya e a Mesquita Azul são ótimas opções para se proteger do mal tempo e conhecer a riqueza cultural deste lugar.

Numa cidade que está parte na Europa e parte na Ásia,  seus monumentos e prédios históricos são uma ótima forma de conhecer uma pouco desta mistura. Aya Sofya, por exemplo, foi construída primeiramente como uma igreja, virou mesquita e hoje é considerado uma das construções mais impressionantes do mundo e deixa qualquer um de queixo caído.

 Ainda sobrou um tempinho e decidimos nos divertir nas intermináveis  ruas do Grand Bazaar. O mar de cores e barulhos faz deste mercado  um lugar inesquecível, e se perder em suas ruas (o que é bem provável para quase todo turista) é uma ótima forma de terminar o dia.


Agende-se
Aya Sofya aberta de terças a domingo das 9h as 19h30
Mesquita Azul aberta todos os dias, fecha da  ao público durante as orações.
Grand Bazaar aberto de segunda  a sábado das 9h as 19h

Aya Sofya debaixo de chuva

Mesquita Azul vista da janela da Aya Sofya


Lanternas no Grand Bazaar


domingo, 17 de outubro de 2010

Dia 1 - Férias a Vista

Ainda não caiu a ficha completamente que estamos de ferias. Foram meses tao corridos, acelerados pelo trabalho + mudança + despedidas... que o desligamento da terrinha londrina ainda esta sendo processado.

A noite mal começou e já era hora de acordar para voar. Como todo mochileiro que se preze, voamos de EasyJet, uma "budget airline", com sentido a Istambul. Muito interessante a tal globalização. A Turquia é o elo entre Europa e Oriente Médio. 98% da população do país é muçulmana, isso quer dizer que Istambul é a capital muçulmana mais europeia do Oriente. Uma misturinha boa, a principio, eu diria, de Itália, Grécia e até São Paulo com tempero de ervas e pimentas do Oriente. Combinação única.

A base da nossa 'expedicao desbravadora' chama-se Hostelon, um albergue localizado próximo a região de Taksim, repleta de taxis amarelos, uma versão Nova Iorque do Oriente Médio. Não sei se a vontade maior era descarregar a mudança das costas ou o ronco V6 dos nossos estômagos.

Assim foi, seguimos a voz do estômago e saímos para o reconhecimento de campo que rendeu mais do que o previsto. Para nossa alegria chegamos à região portuária. Uma diversão para os olhos, lembrei imediatamente do meu pai. Sobre a ponte vários pescadores espalhados de ponta a ponta. E vou te contar que a maré estava para peixes, bom - peixinhos, pelo menos.

Dai vem a premiação do dia. Sob a ponte da turma da varinha, simplesmente, um tesouro para os turistas mortos de fome... uma seleção de restaurantes locais, para vários bolsos, servindo o que? Hum... peixinho fresco.  

Foi ai que descobrimos a salvação do dia, um sandubinha de pão fresco, salada e peixe feito na chapa. Parece meio estranho, sanduíche de pão com peixe, mas vou te dizer... foi a glória. Amigos de plantão, vale a pena experimentar. Já aprendemos o caminho e amanhã, com certeza vai rolar outro peixinho com pão fresco. Pode ser ate no café da manhã. Já pensou? Tô nessa.