segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Piriri no Deserto

Deserto entre Síria e Jordânia



Damascus foi inesquecível, mas temos uma missão a cumprir e hoje enfrentamos o deserto entre Síria e Jordânia para chegarmos em Amã, nossa última parada a caminho de Petra.

O dia tinha tudo para ser intediante e sem nada para contar, mas na verdade foi uma grande aventura. Depois de nos lambuzarmos com todas as goluzemas Sírias, o “reverstrés” era mais que previsível. Acordei a noite com a barriga gritando e pedindo ajuda, não sabia o que fazer e fui meditar no troninho para tentar sanar o problema. Por lá fiquei até amanhecer, só sobrou tempo para enfiar tudo na mochila (ahá - pensaram outra coisa, rs…), tomar umas pílulas ‘tranca-cadron’ e entrar no taxi.

O carro era bem confortável para os padrões do país mas o motora não falava uma palavra em inglês e nosso arabe é pior ainda, mas de certa forma nos entendíamos. Pelo menos durante o período que ficamos juntos…

Saíndo da cidade, paramos num lugar bem suspeito, onde outros três homens nos esperavam, foi tudo muito rápido, tivemos que trocar de carro (agora bem mais velho) e eles, numa operação sincronizada, colocaram nossas mochilas no novo carro e partirmos, tudo durou provávelmente pouco mais de um minuto e estávamos de volta com o nosso amigo árabe a caminho de Amã. Me senti na época da Guerra Fria tentando enganar os espiões inimigos.

A viagem corria bem, minha barriga chorava, mas não me deixou na mão e podíamos curtir a paisagem do deserto que apesar de assustar um pouco era muito bonita.

Um pouco antes da fronteira entre Síria e Jordânia o motorista parou novamente em uma rotatória no meio do nada sem dar nenhuma explicação, até porque não iríamos entender. Passado um minuto tínhamos um novo motorista, que também não falava nada de inglês, nos levando para Amã.

Glup (garganta seca). Olhamos um para a cara do outro com aquele ‘doce’ pensamento  será que eles vão trocar de passageiros na próxima parada? Nada disso. O motora era gente boa e apesar dos monossílabos, foi bem simpático.

Na fronteira começa a bagunça novamente, mostra o passaporte para um, sorri para outro, entra no carro, sai novamente, paga taxa para sair de um país, outra taxa para entrar no próximo, até que descemos todos do carro para que a polícia checasse nossa bagagem e o veículo

Senta que lá vem a história… O motorista comprou no Free Shop mais pacotes de cigarros do que é permitido levar de um país para o outro e começou a enfiar em todos os buraquinhos possíveis do carro. Não satisfeito, deixou uma sacola extra junto à nossa bagagem, como se a compra fosse nossa. Ficamos naquela, avisamos o guarda, fingimos que era nosso… No final resolvemos ficar em cima do muro, se o guarda perguntasse alguma coisa, sorriríamos como se não estivessemos entendendo nada, e só num último momento se ele insistisse muito para saber quem era o dono dos cigarros, falaríamos a verdade. A tática deu certo e nossas caras de paisagem foram suficientes para convencer o guarda. Ufa…

Tudo certo até agora. Depois disso, o motorista ‘só’ parou novamente para pegar um desconhecido que estava pedindo carona no meio do deserto (é assim mesmo, os sírios são super receptivos e gostam de ajudar uns aos outros)  e então, chegamos são e salvos em Amã. Hora de voltar ao troninho e se preparar para Petra.

3 comentários:

  1. Caraca... isso está muito bom... vai ter que virar livro hem... continuem curtino, viajando e escrevendo... um grande abraço. Fabiano Nardini

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  2. Esse blog ta cada dia melhor... Adoro entrar aqui pra curtir esse clima de aventura...
    Beijos e mais beijos...
    She

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  3. xau, miudos! K susto!! K emocao!! Mta aventura ao mesmo tempo!! Mas com precaucao!! O k vale sao as vossas caras larocas para enganar o pessoal!! lol ;)

    Quem dera estar ai!!
    Tratem-se e vivam ao maximo (escusado sera dizer!;))O
    xxx

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