quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Festival das Luzes

Seja hindu, budista ou animista (crença de que um espírito ou divindade reside dentro de cada objeto) ou até uma junção dos três, os festivais fazem parte do calendário nepalês. Em sua maioria, regidos sob o tema religião, acontecem durante todo o ano e, ter a oportunidade de vivenciar parte dessas celebrações, regadas a música e dança de raíz, certamente tornarão a visita ao Nepal muito mais rica.


Levando-se em consideração que o calendário local assim como o indiano, são diferentes do nosso, prever sua data com antecedência é ‘missão’ para astrólogo profissional. Primeiro, os festivais são regidos pelo calendário lunar e suas datas variam anualmente. Cada ciclo lunar é dividido em brilhante e escuro, e então subdivididos em quatorze dias lunares. Cada um desses dias tem um nome, por exemplo; astami é o oitavo dia, purnima é a lua cheia e aunshi a lua nova. Para complicar ainda mais, os festivais lunares são sempre direcionados a uma determinada data que compreenda a ‘metade’ do ciclo brillhante ou escuro do respectivo mês. Pé de Cachorro também é conhecimento! hehehe…


Pois então, seja brilhante ou escura o fato é que tivemos a oportunidade de acompanhar parte do festival de Tihaar, mais conhecido no ocidente como o Festival das Luzes, o qual tem grande repercursão em todo país e dizem ser também o maior evento hindu na Índia, onde recebe o nome de Diwali.


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Com duração de cinco dias, o evento começa dois dias antes da lua nova e é associado a Lakshmi, a deusa da prosperidade e fortuna e Yamraj, o deus da morte. No primeiro dia, reserva-se uma oferta de comida numa folha de árvore e deixa-se do lado de fora da casa. Esta será uma oferta ao corvo, considerado o mensageiro de Yamraj. No segundo dia, honram-se os cachorros, considerados os protetores de Yamraj, com ‘tika’ (o terceiro olho), guirlanda de flores e comidas especiais. No terceiro dia é a vez das vacas, símbolo de Lakshmi e guia espiritual do ‘mundo secreto’ de Yamraj receberem suas guirlandas.


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Na noite do terceiro dia acontece o momento mais pitoresco do festival, quando famílias em todo o país regam suas casas com óleos perfumados, acendem lâmpadas, velas e luzes coloridas para guiar Lakshmi às suas casas, para que então ela possa abençoá-los com prosperidade para o próximo ano. Este dia marca também o início dos grupos de dança, principalmente nos vilarejos e comunidades rurais. Grupos de mulheres, jovens e crianças reunem-se ao anoitecer na vizinhança para a cantoria e dança local. Em troca, no final da apresentação recebem um ‘agrado’ do anfitrião. Esse dinheiro será usado para um lanche para as crianças ou no caso das mulheres, para a compra de um bem comum à  comunidade local.


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Para alguns, o quarto dia fica mais reservado à reflexão e realização de rituais privados e também comemoração do Ano Novo, embora não seja comemorado por todos é um dia festejado com mensagens de prosperidade e procissão de motos nas principais cidades do país. No quinto dia, conhecido como Bhaai Tika, irmãs relembram o mito de Jamuna, que enganou Yamraj e postergou indefinidamente a morte de seu irmão, através de sua benção, com a oferenda de tika, doces e as tradicionais guirlandas de flores.


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Fonte: The Rough Guide Nepal

Um comentário:

  1. Gente, acho que aprenderei com mais rapidez, japonês em braile, do que como funcionam os festivais daí. Mas apesar de não ter entendido direito, achei o máximo, viu? Principalmente o fato de vocês terem conseguido aprender. E viva vocês!!!!! E que mundão mais lindo, em gente!? Tô adorando tudo. Beijos com muita alegria.

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